Final Fantasy Pixel Remaster: tudo sobre a nova coletânea de clássicos
Jogos permanecem com sua história e identidade 2D original, mas com diversas melhorias na gameplay, trilha sonora e visual para PS4, Switch, PC, Android e iPhone (iOS)
Por Rafael Monteiro, para o TechTudo

Final Fantasy Pixel Remaster são versões remasterizadas dos clássicos games da saga de RPG da Square Enix lançados nos anos 80 e 90 para o Nintendo 8 Bits (NES) e Super Nintendo. Estes remasters, que vão do I até o VI, continuam com o seu estilo 2D característico, mas com atualizações na trilha sonora, jogabilidade e textos em português. O game foi lançado primeiro no PC (via Steam), Android e iPhone (iOS) em julho de 2021 e chegou em abril de 2023 para PlayStation 4 (PS4) e Nintendo Switch.
O pacote completo com os seis jogos está disponível pelo preço de R$ 374,50 para PlayStation 4 (PS4) e Nintendo Switch, enquanto sai a R$ 288,60 na versão de PC pela loja digital Steam. Para comprar separadamente, é possível pagar R$ 64,50 nos Final Fantasy I e II ou R$ 94,90 nos Final Fantasy III, IV, V e VI nos consoles. Para PC, Final Fantasy I e II saem por R$ 45 e os outros capítulos a R$ 70. No Android e iPhone (iOS), o primeiro e segundo jogo custam R$ 59,90 enquanto os capítulos posteriores são vendidos a R$ 99,90.

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O que é Final Fantasy Pixel Remaster
As remasterizações "Pixel Remaster" de Final Fantasy tentam torná-las as versões definitivas para novos e velhos fãs da série que queiram conhecer ou revisitar os clássicos games. O conjunto aborda toda a história dos seis primeiros títulos da franquia de RPG, mas com grandes melhorias visuais, já que o game original foi lançado em 1987.
Seus gráficos em 2D compostos por "Pixels", os pontinhos quadrados que formam as imagens, foram refeitos pela artista Kazuko Shibuya. Ela trabalhou originalmente nos seis títulos e retornou nas remasterizações como diretora de arte para tentar trazer o visual de personagens e inimigos o mais próximo possível das artes originais dos jogos.

Gameplay e melhorias
A história de cada um dos capítulos da saga Final Fantasy não foi tocada, mas a tradução de seus textos recebeu melhorias. A movimentação dos games como um todo ficou mais suave, permitindo andar na diagonal no mapa de exploração e também correr em cidades e dungeons, coisas simples que fazem muita diferença. A interface foi padronizada entre todos os games e foi adicionada uma nova fonte retrô para o texto, após reclamações sobre a fonte da versão PC e mobile.
A dificuldade dos games também foi ajustada para se tornar mais convidativa para novos jogadores. Há recursos que facilitam sua jornada, como o autosave, batalhas automáticas para lutar mais rápido, a possibilidade de desligar os confrontos aleatórios e ainda ajustar quanto de experiência e Gil (dinheiro) o usuário recebe após as lutas.

Trilha Sonora
A clássica trilha sonora dos games da saga Final Fantasy foi rearranjada por completo para criar novas versões das músicas com toda a extensão de uma orquestra, e ainda reimaginar alguns trechos para representar melhor certas cenas. Os novos arranjos tiveram supervisão do compositor original da saga, Nobuo Uematsu, mas a qualquer momento o usuário pode alternar para a música original com tons do Nintendo 8 Bits (NES) ou Super Nintendo. Os efeitos sonoros também foram totalmente refeitos pela Square Enix.

Conteúdo extra
Um ponto que pode ser um pouco decepcionante para alguns jogadores é que todos os games da série Pixel Remaster foram melhorados com base nas versões originais clássicas. Isso significa que conteúdo extra que foi adicionado em relançamentos e remakes anteriores, como as versões do PlayStation One ou Game Boy Advance, não está presente nestas versões.
Há outros extras, no entanto. Entre eles, uma galeria de artes que mostra as obras que guiaram a produção do game na época, um bestiário onde ficam registrados todos os monstros que o usuário encontrou durante a aventura e sua localização para caçá-los, e um reprodutor de música para apreciar a trilha sonora nova ou clássica.

Veja detalhes sobre os games do Pixel Remaster:
Final Fantasy (1987)
O primeiro game da série é também o mais simples. O título conta a história de 4 guerreiros de luz escolhidos para salvar um mundo de magia e fantasia, restaurando a paz. Não há grandes reviravoltas ou surpresas no enredo desse capítulo inicial. Cada integrante do grupo possui um cristal escurecido de elementos como Terra, Água, Fogo e Vento, os quais precisarão ter seu brilho restaurado ao derrotar criaturas poderosas.
Os visuais do jogo foram atualizados com base na versão do Game Boy Advance e seu sistema de batalha é um dos mais básicos da série. Apesar de tudo, há um certo charme na simplicidade deste primeiro capítulo. O jogo foi o grande salvador da Square Enix, já que foi lançado no momento de maior necessidade financeira da empresa.
Final Fantasy II (1988)
A primeira sequência de Final Fantasy é uma das mais polêmicas da série devido à gameplay. Ela trazia um novo grupo de heróis, liderados pelo protagonista Firion e seus amigos Maria e Guy, que se tornaram órfãos como consequência de um conflito promovido pelo Império Palameciano que deseja dominar o mundo com criaturas nefastas. Apesar de controverso, este título firmou várias tradições da série, como a troca constante de protagonistas, as aves Chocobo e o mecânico Cid.
O que o torna divisivo entre fãs é que o game possui um sistema de batalha bem diferente, baseado em proficiência e atributos. Aqui, seu personagem se fortalece de acordo com ações nas quais se empenha, como, por exemplo, lançar magias para melhorar em ataques mágicos. Apesar disso, caso usuários tenham dificuldade com essa mecânica, eles podem usar o mesmo auxílio de multiplicar experiência ganha para fortalecer atributos mais rápido.

Final Fantasy III (1990)
A versão Pixel Remaster marca a primeira vez em que o ocidente recebe Final Fantasy III em sua forma original 2D, apesar de atualizada. O game clássico nunca chegou a ser lançado fora do Japão e, até então, ganhara apenas remakes 3D, como no Nintendo DS. Em matéria de história, ele retorna aos moldes mais simples do primeiro jogo, com 4 guerreiros da luz instruídos por um cristal a trazer o equilíbrio novamente ao mundo.
Esse capítulo introduziu um ponto importante no gameplay da série: a mecânica de "Jobs", no qual personagens podem ter "trabalhos" que servem como classes com diferentes habilidades. Final Fantasy III é conhecido por ser um dos mais difíceis episódios clássicos e, nessa versão, sua dificuldade foi reduzida, assim como o custo para trocar de Jobs.

Final Fantasy IV (1991)
O primeiro capítulo da série no Super Nintendo apresentou um grande salto de qualidade gráfica, principalmente de design, além de contar com uma narrativa mais forte que a dos jogos anteriores. Logo no início do game a história apresenta o cavaleiro das trevas Cecil, líder dos Asas Vermelhas, enviado pelo rei de Baron para atacar outros reinos. No entanto, ele se arrepende de suas ações e decide se rebelar contra o rei, renegando sua posição e partindo em uma jornada de redenção.
Ao seu lado estão o cavaleiro dragão Kain, a maga branca Rosa, a invocadora Rydia e outros personagens que ele encontrará pelo caminho. O sistema de batalha é um pouco mais limitado em matéria de "Jobs", os quais são fixos neste capítulo. Em compensação, jogadores são introduzidos ao "Active Time Battle", o sistema em que o tempo não para durante a batalha e cada personagem precisa preencher uma barra para poder agir.

Final Fantasy V (1992)
Um capítulo menos conhecido da saga, Final Fantasy V foi lançado apenas no Japão no Super Nintendo (Super Famicom) e só chegou ao ocidente pela primeira vez em um relançamento em 1999 no PlayStation. A aventura dessa vez segue o protagonista Bartz e seus companheiros Lenna, Galuf, Faris e Krile em uma jornada para se tornarem os guerreiros da luz e restaurarem os cristais sagrados que começaram a rachar. Os cristais por sua vez agem como o selo para um maléfico mago chamado Exdeath que deseja enfraquecê-los para retornar ao mundo.
Apesar de um pouco menos profundo que o enredo de Final Fantasy IV, há grandes momentos no quinto game e reviravoltas que prometem pegar jogadores de surpresa. O sistema de batalha permite uma liberdade maior, com a possibilidade de definir os Jobs de seus personagens em uma lista de 22 possibilidades e diferentes combinações para seu grupo. Apesar de os personagens viajarem em 5 pessoas, apenas 4 podem entrar em batalha, como de costume na série.

Final Fantasy VI (1994)
Provavelmente o capítulo mais popular da coletânea, Final Fantasy VI foi o último capítulo em 2D antes da série realizar seu salto para 3D no PlayStation. O mundo do jogo dessa vez é bem diferente, pois se a mil anos após um evento conhecido como Guerra dos Magi, que resultou no desaparecimento da magia. A humanidade deposita então suas esperanças na tecnologia, até que uma jovem chamada Terra demonstra aptidões mágicas. O Império Gestahliano se interessa pela união dos dois poderes e cria algo novo chamado Magitek.
O sexto game manteve seu sistema de batalha profundo com Jobs e trouxe também a introdução de Magicites para magias e outras habilidades. Entre os jogos clássicos, esse foi o título que precisou de menos atualizações em sua gameplay. O capítulo foi também o único da saga a receber uma cena especial, mais precisamente na apresentação de ópera que acontece durante a campanha. Esta parte do jogo foi completamente refeita com visuais HD-2D, técnica usada em títulos modernos como Octopath Traveller, além de também trazer cantores de ópera de verdade cantando.

Com informações de Square Enix, Video Games Chronicle, PlayStation Store, Nintendo Game Store, Steam , Google Play, App Store