Ar-condicionado em 25 °C economiza mesmo? Veja mitos e verdades
Consumo de energia varia caso a caso, mas optar por modelos dimensionados para a demanda e outras práticas simples ajudam a economizar da instalação ao uso do aparelho
Os aparelhos de ar-condicionado têm se popularizado nos últimos anos, mas alguns mitos e verdades sobre o aparelho ainda confundem os usuários, que não sabem ao certo no que acreditar. Um exemplo está relacionado à temperatura ideal de operação, que muitos acreditam ser de 25 °C — algo que não necessariamente é uma certeza absoluta. Ainda que algumas dessas noções sejam corretas, é preciso entender que, ainda assim, o que mais influencia é o contexto de uso, tanto na experiência do usuário quanto na conta de luz no fim do mês.
Para esclarecer exatamente quais informações são apenas lendas urbanas sobre o ar-condicionado, o TechTudo preparou um guia, que além de ajudar a economizar no fim do mês, ainda tem potencial para melhorar a forma de usar esses aparelhos. Confira, a seguir, alguns mitos e verdades.

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Na matéria iremos desmistificar os seguintes tópicos sobre os aparelhos de ar-condicionado, apontando quais são verdades, e quais são apenas mitos:
- Ar-condicionado gasta mais que ventilador e climatizador
- 25 °C é a temperatura ideal do ar-condicionado
- Ventilador e ar-condicionado juntos economiza energia
- Ar-condicionado é o aparelho que mais gasta energia
- Ar-condicionado deixa doente
- Quanto mais BTUs, melhor
- Diminuir a temperatura gela mais rápido
1. Ar-condicionado gasta mais que ventilador e climatizador? Verdade
Pensando apenas nas características físicas, enquanto um ar-condicionado de 9.000 BTUs tem uma potência nominal de 800 W, os ventiladores e climatizadores trazem potência entre 80 W e 120 W. Traduzindo isso em consumo, a estimativa é que, operando 8 horas por dia, um ventilador gaste cerca de 15 kWh e um climatizador, entre 20 kWh a 25 kWh em um mês — contra mais de 120 kWh para um ar-condicionado de 9.000 BTUs.
Em termos de economia, a vantagem dos climatizadores é indiscutível, mas é preciso pensar ainda na eficiência real de resfriamento — especialmente considerando as condições climáticas do Brasil. Por mais que esses aparelhos consigam refrescar ambientes pequenos, na prática, seu efeito é direcionado apenas na região sobre a qual o fluxo de ar estiver direcionado.
Apesar de muito menos econômico, o ar-condicionado refrigera cômodos inteiros, de forma relativamente homogênea, e em um intervalo de tempo muito mais curto. Caso o ambiente esteja com portas e janelas fechadas, o espaço ainda continua agradável por um período prolongado mesmo após o aparelho ter sido desligado.
Além disso, dispositivos inverter apresentam uma regulação automatizada, que promete otimizar o tempo que o dispositivo está, de fato, gelando ou apenas circulando o ar-frio. Mesmo assim, em todos os casos, ventiladores e climatizadores ainda seguem como opções mais econômicas.

O que gasta mais energia: ventilador ou ar-condicionado?
2. 25 °C é a temperatura ideal do ar-condicionado? Verdade, em partes
A temperatura recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o conforto e saúde dos usuários é de 25 °C. Porém, isso não necessariamente é uma verdade para a economia de energia. O ar-condicionado opera como um motor de troca de calor e, quanto maior a diferença de temperatura entre o ar do ambiente e a temperatura desejada, maior o trabalho do aparelho e, consequentemente, o consumo.
Sendo assim, considerando que temperaturas superiores a 25 °C já podem começar a incomodar alguns usuários, ela é mais um ponto de equilíbrio entre o consumo e eficiência, pois temperaturas menores sempre vão gastar mais eletricidade. Igualmente, se o dia estiver apenas muito abafado, mas com temperatura apenas um pouco acima de 25 °C, pode ser mais interessante ligar apenas o modo de ventilação do ar-condicionado e um umidificador de ambiente, ou optar por um climatizar caso o usuário disponha dos dois aparelhos em casa.
Isso porque a umidade do ar também influencia na sensação térmica, e utilizar estratégias para aumentá-la pode ser mais benéfico neste do que o ar-condicionado, que fatalmente resseca o ambiente.
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3. Ventilador e ar-condicionado juntos economiza energia? Verdade
Combinar ar-condicionado e ventilador pode ser uma forma de economizar energia, justamente pelo princípio de operação de cada um. Novamente, o ar-condicionado é uma máquina de troca de calor, que, de forma bem resumida, retira o ar quente do ambiente e retorna ar frio pelo ciclo de refrigeração. No entanto, mesmo com ventiladores embutidos para impulsionar e circular, este componente específico tem um fluxo direcional mais limitado que um ventilador de teto, por exemplo.
Por sua vez, os ventiladores conseguem refrescar o local até certo ponto, ao impulsionar o ar em alta velocidade. Lembrando que a diferença de temperatura entre o ar que entra na evaporadora para o ciclo de refrigeração e o ar que sai na temperatura desejada pesam no consumo.
Dessa forma, utilizar um ventilador combinado ao ar-condicionado permite regular a temperatura alguns graus acima da desejada, seja ela 25 °C ou menos, e ainda obter um excelente conforto. Além de o ventilador circular o ambiente de forma mais eficaz, isso já reduz a temperatura do ar que entra, e diminui o trabalho do ciclo de refrigeração na evaporadora, economizando energia no processo.

4. Ar-condicionado é o aparelho que mais gasta energia? Mito, mas depende
Apesar de serem máquinas térmicas potentes e que, sim, pesam na conta de luz, os aparelhos de ar-condicionado ainda ficam bem atrás dos chuveiros elétricos, aquecedores ou fornos elétricos, por exemplo. Tomando por base um modelo de 12.000 BTUs, de perfil médio, e com potência de 1.000W, utilizá-lo por 8 horas por dia irá gerar um consumo médio de 180 kWh no mês, custando até R$ 138 na conta de luz em municípios com tarifas mais elevadas
Já em chuveiro elétrico, a potência pode chegar a 7.500 W, com consumo aproximado de 1,25 kWh por de 15 minutos de banho, totalizando 56,5 kWh por mês para apenas uma pessoa relativamente econômica. Contudo, em uma família de quatro pessoas, todas igualmente conscientes, o consumo já salta para 225 kWh, apenas com um banho diário por pessoa.
Em compensação, se essa família deixar o aparelho de ar-condicionado ligado o dia inteiro, independentemente de ter alguém em casa ou não, o consumo já salta dos iniciais 180 kWh para até 540 kWh, totalizando mais de R$ 400 na conta de luz na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo. Isso sem mencionar que o uso constante também irá gerar um estresse sobre os componentes, exigindo manutenções e limpezas muito mais frequentes. Ou seja, isoladamente, a potência do aparelho não representa, obrigatoriamente, um consumo elevado, pois este varia muito mais pela rotina de uso

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5. Ar-condicionado deixa doente? Mentira
Ainda hoje é muito comum vermos pessoas associando o uso prolongado do ar-condicionado como um catalisador para propagação de doenças respiratórias por “circular sempre o mesmo ar”. Na verdade, é justamente o contrário, pois os modelos modernos todos trazem sistemas complexos de filtragem e purificação de ar, que eliminam a maioria dos vírus e bactérias em suspensão.
Isso só a a ser um problema se os aparelhos não estiverem em suas condições ideais de uso, com filtros sujos e velhos, por exemplo. Além disso, se outros componentes internos, como drenos e serpentinas, não forem higienizados adequada e regularmente, eles podem acumular umidade, se tornando, de fato, meios de cultura para fungos e bactérias.
6. Quanto mais BTUs, melhor? Mito
A potência de refrigeração em BTUs é, em tradução literal, a Unidade Térmica Britânica. Fisicamente falando, ela quantifica a energia necessária para elevar em 1 °F uma libra de água. Isso é importante nem tanto pelos valores, mas pelas implicações da unidade, que relacionam quantidade de calor e volume. Quanto maior o volume de água, mais BTUs são necessários para elevar sua temperatura.
Aqui temos duas questões principais: o potencial de calorimetria do ar é diferente do da água, tanto pela composição química, quanto pelo espaçamento das moléculas; além disso, os BTUs excedentes até aceleram um o processo de troca de calor no curto prazo, mas em uso constante são apenas desperdiçados. Como os aparelhos de ar-condicionado são projetados para operar por longos períodos, o equilíbrio entre velocidade de refrigeração e energia gasta para manter a temperatura do ambiente é extremamente importante.

Por isso, instalar um ar-condicionado de 9.000 BTUs em um salão de 40 m² é pouquíssimo eficiente, e um de 24.000 BTUs em um quarto de 15 m² gera um enorme desperdício de energia. No primeiro caso, independentemente da temperatura selecionada, a potência tende a ser baixa para o tamanho do ambiente.
Já no outro extremo, mesmo que o ar-condicionado refrigere mais rapidamente, sua eficiência total ainda depende do fluxo de ar que entra e sai da evaporadora. Além disso, a potência excedente de refrigeração é desperdiçada, apenas gerando mais gasto no total — sem mencionar que os modelos mais potentes também são muito mais caros.
7. Diminuir a temperatura gela mais rápido: Mito
Por fim, reduzir a temperatura para o mínimo possível do ar-condicionado também não gela o ambiente mais rapidamente. A potência em BTUs, sim, afeta a velocidade de troca de calor no sistema interno. Porém, novamente, ela continua dependendo fluxo de ar que entra e sai do aparelho, havendo um limite físico que não é influenciado pela temperatura final.
Um ar-condicionado de 9.000 BTUs irá reduzir a temperatura de 20 m² de ar de 30 °C para 25 °C ou 17 °C na mesma velocidade, apenas gastando mais ou menos energia. Já um aparelho de 24.000 BTUs até irá realizar o mesmo processo mais rapidamente. Porém, uma vez estabilizada a temperatura, boa parte da potência excedente será desperdiçada, uma vez que ele foi dimensionado para aproximadamente o dobro do volume.
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