Vazamento no Telegram foi destaque em 2019; confira polêmicas de apps
Compras indesejadas no SnapTube e polêmica com gravações da Siri também foram destaques
Diversos aplicativos estiveram no centro de polêmicas em 2019. Um dos destaques foi o caso que envolveu o Telegram, em que hackers tiveram o a supostas mensagens privadas trocadas entre o então juiz federal Sérgio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol. Os dados foram obtidos e divulgados pelo site The Intercept Brasil em junho.
Apps como SnapTube, FaceApp e grandes empresas como Facebook e Apple também sofreram críticas embasadas por investigações ou vazamentos de dados privados. Veja, a seguir, a lista do TechTudo com as principais polêmicas de apps em 2019.

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1. Vazamento do Telegram

O site The Intercept Brasil obteve e divulgou mensagens trocadas no Telegram entre nomes como o ex-juiz federal e atual Ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o procurador do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol. O vazamento gerou polêmicas e discussões sobre processos judiciais, além de colocar em questão a segurança do concorrente do WhatsApp.
O Telegram buscou se defender dizendo ter sido impossível o roubo de dados de seus servidores. Segundo a empresa, duas possibilidades poderiam explicar o vazamento: a invasão de uma conta e a recuperação do seu histórico em um novo dispositivo ou o uso de um celular possivelmente infectado com malware — neste caso, o aplicativo não poderia proteger as informações se o dispositivo estivesse comprometido.
2. SnapTube realizando compras indesejadas

O SnapTube, popular app de vídeos para Android com mais de 40 milhões de usuários, foi alvo de polêmica em 2019 em função de compras realizadas pelo aplicativo sem o consentimento de seus usuários. O aplicativo, que só pode ser baixado em lojas alternativas e não se encontra disponível na Google Play Store, realizou cliques sem autorização em anúncios e compras de serviços .
Mais de 70 milhões de transações suspeitas foram bloqueadas pela empresa de segurança digital Upstream, que descobriu a atividade maliciosa. Caso isso não tivesse acontecido, os usuários teriam sido cobrados em valores que somariam dezenas de milhões de dólares.
A fraude estaria associada ao kit de códigos para desenvolvimento de software (SDK) Mango, incorporado ao SnapTube. A empresa responsável pelo aplicativo declarou o desejo de tomar medidas legais contra o Mango, e um porta-voz afirmou que a cooperação com o kit foi encerrada.

De acordo com publicação do jornal britânico The Guardian, funcionários terceirizados da Apple tiveram o a trechos de gravações privadas registradas pela Siri, assistente virtual do iPhone (iOS). Após a publicação da matéria, a Apple itiu que seus contratados poderiam o a áudios de conversas entre médicos e pacientes, negociações, relações sexuais e até mesmo compras de drogas.
No entanto, o funcionário que revelou a dinâmica ao The Guardian ressaltou que, justamente em função da necessidade de averiguar se o software havia sido ativado por engano, o trabalho incluía ouvir trechos longos. A partir do lançamento do iOS 13.2, ou a ser possível optar por não compartilhar as gravações com a Apple.
4. Aplicativos com mensagens de conteúdo sexista e racista

Aplicativos de mensagens disponíveis para iPhone receberam mais de mil denúncias em função de mensagens com conteúdo sexista, racista e bullying, incluindo abordagens sexuais indesejadas para crianças.
Os apps Monkey, ChatLive, Yubo, Chat For Strangers, Skout e Holla foram alvos de uma investigação conduzida pelo The Washington Post, que analisou mais de 130 mil avaliações dos programas. O jornal utilizou uma combinação de aprendizado de máquina e inspeção manual para identificar críticas que mencionavam situações constrangedoras.
5. Dados íntimos de usuárias de apps de ciclo menstrual enviados ao Facebook

Em setembro, uma pesquisa coordenada pelo grupo britânico Privacy International afirmou que aplicativos de ciclo menstrual estariam compartilhando informações íntimas de suas usuárias com o Facebook. Dentre os tipos de dados enviados, constariam os períodos menstruais e anticoncepcionais utilizados.
Apps como Maia e Calendário Menstrual seriam alguns dos que estariam envolvidos no envio indevido de informações pessoais. No entanto, o grupo de Mark Zuckerberg negou as conclusões da pesquisa, que foram divulgadas no site BuzzFeed News.
6. Privacidade no FaceApp

O aplicativo FaceApp, que permite transformar a aparência do rosto de seus usuários, foi um dos mais utilizados em 2019. No entanto, circularam notícias de que o app roubaria dados de seus usuários, o que deixou muitas pessoas preocupadas.
De fato, tanto a Política de Privacidade quanto os Termos de Uso do aplicativo são vagos, o que exige atenção e cautela dos usuários. O app explicita que pode transferir informações coletadas para países diferentes daquele em que o usuário se encontra, o que pode trazer riscos por conta das diferentes legislações.
No que se refere aos Termos de Uso, o documento determina que conteúdos são concedidos sob uma licença "perpétua, irrevogável, não exclusiva, isenta de royalties, global, totalmente paga, sublicenciável e transferível".
A empresa responsável pelo FaceApp declarou, posteriormente, que os usuários poderiam solicitar a exclusão de seus dados dos servidores do app. No Brasil, o Google e a Apple foram multados pelo Procon-SP por conta da distribuição do aplicativo.
7. App de deepfake chinês

Outro aplicativo polêmico em 2019 foi o Zao, lançado na App Store da China em agosto. O app permite criar vídeos com o rosto do usuário, transpondo-o para o corpo de atores em outros vídeos, e também trouxe desconfianças em relação à privacidade dos usuários. Para realizar a mudança, a primeira versão do programa solicitava uma licença "gratuita, irrevogável, permanente e transferível" do conteúdo gerado por seus usuários, o que provocou mais de 4 mil críticas negativas na página da loja da Apple.
O app também esteve envolvido nas polêmicas mais amplas acerca da tecnologia de deepfake. A técnica já foi utilizada para transpor o rosto de atrizes de Hollywood em falsos vídeos pornográficos, além de ter sido alvo de projetos de lei do Congresso dos Estados Unidos, que buscam criminalizar a prática.
*Colaborou Rubens Achilles

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