Usa o celular sempre no modo escuro? Isso pode ser um erro; entenda
Modo, que não garante economia de energia em todos os celulares, pode causar fadiga ocular em locais iluminados, atrapalhar a leitura e forçar a pupila; saiba mais
O modo escuro é uma das funções mais “queridinhas” dos celulares atualmente. Adorado pelo visual elegante e pela promessa de reduzir o cansaço ocular, o recurso vem sendo usado por muitos usuários como padrão, seja de dia ou à noite. No entanto, alguns estudos e análises técnicas apontam que deixar o celular sempre no tema escuro pode ser um erro — e, em vez de aliviar, pode até piorar a experiência visual em certas condições. De efeitos colaterais como visão borrada até economia de bateria que não acontece em todas as telas, há diversos motivos para reconsiderar o uso contínuo do recurso.
A ideia de que ele serve para todo mundo e em qualquer contexto é equivocada: o tema escuro nem sempre poupa energia — tudo vai depender da tecnologia do display, da configuração de brilho e até do momento do dia —, pode cansar os olhos em ambientes bem iluminados e dificultar a leitura para pessoas com astigmatismo. Por isso, o TechTudo separou cinco tópicos que explicam por que usar o modo escuro pode não ser a melhor opção.
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Usa o celular sempre no modo escuro? Isso pode ser um erro; entenda
O TechTudo preparou uma matéria explicando por que usar o modo escuro em tempo integral pode ser um erro. Confira abaixo os tópicos que serão abordados.
- Pode cansar mais a visão em ambientes claros
- A economia de bateria só acontece em telas OLED
- Pode causar “efeito rebote”
- Você pode ter astigmatismo (e nem saber)
- Quando usar e quando evitar o modo escuro
1. Pode cansar mais a visão em ambientes claros
Embora o modo escuro possa parecer mais confortável para os olhos, isso só funciona em ambientes com pouca luz. Em escritórios com iluminação branca ou locais com luz natural, por exemplo, ele pode exigir mais esforço da visão, visto que o fundo preto força a pupila a dilatar, reduzindo a nitidez da imagem. Com a pupila mais aberta, o olho absorve mais luz de forma difusa e tem mais dificuldade para focar em textos claros sobre fundo escuro, o que gera cansaço e desconforto visual.
Estudos citados pela Human Factors and Ergonomics Society indicam que o modo claro, também chamado de polaridade positiva (preto no branco), oferece melhor legibilidade e reconhecimento de detalhes. Além disso, segundo a All About Vision, o brilho moderado e o contraste natural do fundo branco promovem uma leitura mais nítida, sobretudo durante o dia. Isso explica por que o tema claro segue sendo o padrão em e-books e sites — é simplesmente mais legível em boa parte das situações cotidianas.
2. A economia de bateria só acontece em telas OLED
Um dos principais argumentos a favor do modo escuro é a economia de bateria, mas essa promessa só é cumprida em celulares com telas OLED ou AMOLED, tecnologias nas quais os pixels pretos são efetivamente desligados. Isso reduz o consumo de energia em comparação com o modo claro, que exige iluminação para todos os elementos da interface. Já em displays LCD, o fundo preto continua retroiluminado por um traseiro, então a diferença de consumo é irrelevante — ou inexistente.
Mesmo em celulares com tela OLED, os ganhos de autonomia podem ser limitados. Um estudo do Purdue University’s School of Electrical and Computer Engineering mostrou que, com brilho em torno de 30 a 40% — nível médio em muitos celulares —, o modo escuro melhora a bateria em no máximo 9%. Isso significa que o impacto real pode ser muito menor do que se imagina — principalmente se o usuário mantiver o brilho automático ativado.
3. Pode causar “efeito rebote”
O uso constante do modo escuro pode levar a um fenômeno conhecido como “efeito rebote”. Acontece quando os olhos se acostumam com o contraste reduzido do tema escuro e sofrem quando expostos a interfaces que não seguem esse padrão. Isso é comum ao abrir sites, apps ou até documentos que continuam exibindo textos em fundo branco, forçando uma adaptação visual brusca e desconfortável.
Além disso, navegar por longos períodos no modo escuro pode provocar sensibilidade momentânea à luz, dificultando a alternância entre interfaces e prejudicando a produtividade. A Wayne State University alerta que essa transição constante entre temas pode gerar mais fadiga do que simplesmente usar o tema claro com brilho ajustado ao ambiente. Ou seja, nem sempre escurecer a tela é sinônimo de conforto — em muitos casos, o efeito pode ser justamente o oposto.
4. Você pode ter astigmatismo (e nem saber)
Pessoas com astigmatismo têm maior dificuldade para focar luzes difusas, e o modo escuro pode agravar esse problema. Isso porque o contraste entre letras claras e fundo escuro pode provocar o fenômeno da “halação”, quando a luz parece se espalhar além das bordas dos caracteres, deixando o texto borrado. Esse efeito ocorre com mais intensidade em ambientes iluminados e em telas com brilho mais baixo, onde a pupila dilatada favorece este tipo de distorção visual.
Muitas pessoas desconhecem o diagnóstico e usam o modo escuro como padrão por acharem mais bonito ou moderno — sem saber que isso pode estar dificultando a leitura e forçando ainda mais os olhos. Para esses usuários, o modo claro ou com filtro de luz azul pode ser uma escolha mais segura e, até mesmo, mais confortável.
5. Quando usar e quando evitar o modo escuro?
O modo escuro pode ser bastante útil, mas deve ser utilizado com consciência. Ele é especialmente recomendado em ambientes com pouca luz, como durante a noite ou em locais fechados com iluminação reduzida. Nesses cenários, o fundo preto ajuda a evitar o excesso de brilho que pode incomodar os olhos e causar reflexos incômodos na tela. Além disso, para quem é sensível à luz ou sofre de condições como enxaqueca fotossensível, o tema escuro pode oferecer alívio imediato e tornar o uso do celular mais confortável.
Outro momento adequado para ativar o modo escuro é durante a leitura de notificações rápidas ou navegação breve em aplicativos, especialmente quando não há necessidade de concentração prolongada. Isso porque o visual escurecido pode ajudar a manter o foco por tempo curto, reduzindo estímulos visuais e distrações. Ele também pode ser vantajoso em situações sociais onde o uso do celular com brilho alto pode incomodar terceiros — como em cinemas, teatros ou à noite ao lado de alguém dormindo.
Por outro lado, o modo escuro não é a melhor opção para leituras longas, navegação prolongada ou uso em ambientes muito iluminados. Nesses casos, ele pode dificultar a visibilidade de detalhes, forçar a pupila a dilatar e, consequentemente, gerar mais cansaço visual. Além disso, o contraste invertido do texto branco sobre fundo preto pode ser mais difícil de interpretar para o cérebro — especialmente em pessoas com baixa acuidade visual, miopia ou astigmatismo não corrigido.
A regra de ouro, portanto, é observar o ambiente e a tarefa: em locais escuros e para tarefas breves, o modo escuro pode ser um aliado. Já em ambientes iluminados ou para leitura prolongada, o modo claro continua sendo mais eficiente e confortável para os olhos. Alternar entre os dois é, provavelmente, a melhor maneira de preservar a saúde visual e garantir uma boa experiência.
Com informações de TechTudo, MakeUseOf, All About Vision, Venturus, Android Authority, Wayne State University e Forbes.
