6 recursos de celulares que envelheceram mal e hoje ninguém mais usa
Tecnologia dos smartphones evolui rapidamente, e funcionalidades como infravermelho, TV digital e entrada para fones de ouvido ficaram obsoletos com o tempo; entenda
Os celulares evoluíram muito nas duas últimas décadas. Hoje vemos telas maiores, câmeras muito mais avançadas e diferentes funcionalidades úteis, inclusive recursos de Inteligência Artificial (IA). No entanto, à medida que a tecnologia avança, alguns recursos que antes eram indispensáveis ficaram obsoletos e deixaram de ser incorporados aos smartphones. Funções como infravermelho para troca de arquivos, rádio FM e até teclados físicos QWERTY já foram muito populares, mas acabaram envelhecendo mal, em favor de alternativas mais práticas e modernas.
Muitas dessas mudanças ocorreram porque novas tecnologias tornaram alguns recursos antigos desnecessários. O Bluetooth e o Wi-Fi Direct, por exemplo, eliminaram a necessidade do infravermelho, enquanto os serviços de streaming fizeram com que o rádio FM se tornasse dispensável. Se algumas dessas funções ainda podem ser encontrados em nichos específicos, a maioria foi completamente deixada de lado pelas principais fabricantes. A seguir, o TechTudo lista seis funções que já foram essenciais nos celulares antigos, mas que hoje praticamente ninguém mais usa.

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1. Infravermelho (IR Blaster)
O infravermelho foi uma das primeiras formas de transferir arquivos entre celulares, muito antes da popularização do Bluetooth. Nos anos 2000, modelos clássicos como Nokia 6610, Motorola V3 e Sony Ericsson K750 vinham com um sensor IR, que permitia o envio de fotos e músicas de um aparelho para outro. No entanto, o processo era extremamente lento e exigia que os dispositivos estivessem alinhados para funcionar corretamente, o que limitava bastante sua utilidade.

Com a chegada do Bluetooth e, mais tarde, do Wi-Fi Direct, a troca de arquivos ficou mais rápida e prática, o que tornou o infravermelho obsoleto. Hoje a maioria dos smartphones não traz mais a funcionalidade, mas algumas fabricantes, como Xiaomi e Huawei, ainda incluem o IR Blaster em modelos como o Xiaomi 14 Ultra e o Poco F6 Pro. O recurso, entretanto, é destinado apenas para controle remoto de TVs, ar-condicionado e outros dispositivos. A Apple, por exemplo, utiliza o Home Kit, que permite o controle de dispositivos inteligentes com o uso da rede Wi-Fi.
2. TV Digital
A TV digital foi um recurso bastante popular entre 2010 e 2015, especialmente no Brasil. Certos celulares, como Samsung Galaxy Gran Prime Duos, LG Optimus L7 II e Moto G4 Play vinham com um receptor embutido que permitia assistir a canais de TV aberta gratuitamente, sem consumir dados móveis. Em muitos casos, era necessário conectar um fone de ouvido para funcionar como antena.

No entanto, com o avanço das redes 4G e 5G e a popularização dos serviços de streaming, como Netflix, YouTube e Globoplay, a TV digital se tornou cada vez menos relevante. Além disso, a necessidade de incluir um receptor próprio tornava o celular mais grosso e menos eficiente. Sendo assim, praticamente nenhum modelo topo de linha traz mais e a essa função, e mesmo em celulares básicos a função é quase inexistente.
3. Botão físico de câmera
Os botões físicos de câmera eram um diferencial em celulares antigos, especialmente nas linhas Sony Ericsson Cybershot e Nokia N-Series, à qual pertence o Nokia N95. Eles permitiam abrir a câmera e capturar fotos rapidamente, simulando o funcionamento de câmeras digitais compactas. Com a evolução das telas sensíveis ao toque e dos gestos interativos, o botão de câmera se tornou desnecessário.

Hoje a maioria dos celulares permite abrir a câmera rapidamente com um duplo toque no botão de ligar ou gestos na tela de bloqueio. Embora o iPhone 16 tenha trazido um botão físico para a câmera, sua proposta é diferente: ele funciona como um atalho para a câmera do celular e permite realizar ajustes como zoom e exposição de forma fácil, além de acionar a função de Inteligência Visual. Ainda assim, modelos como o Sony Xperia 1 VI ainda mantêm um botão dedicado para fotos para atender entusiastas da fotografia.
4. Teclado físico QWERTY
Os celulares com teclado físico QWERTY foram um sucesso no final dos anos 2000, principalmente graças aos modelos da BlackBerry, como o BlackBerry Bold 9900 e o BlackBerry Curve 8520. Esse tipo de teclado oferecia uma experiência de digitação precisa, e era muito valorizado por profissionais que precisavam enviar e-mails e mensagens de forma rápida.

No entanto, com a chegada dos smartphones com telas touchscreen, introduzidas pela Apple no primeiro iPhone, os teclados físicos foram aos poucos sendo substituídos pelos teclados virtuais, que trouxeram mais flexibilidade e funcionalidades avançadas, como autocorreção e digitação por gestos. Algumas tentativas de reviver o conceito, como o BlackBerry Key2, não tiveram sucesso e, atualmente, os celulares com teclados físicos desapareceram quase por completo do mercado.
5. Entrada para fone de ouvido (P2)
A entrada P2 de 3,5 mm para fones de ouvido era um item padrão em celulares até o fim da década de 2010. No entanto, a busca por designs mais finos, resistência à água e maior espaço interno levou as fabricantes a removerem essa conexão. A Samsung, por exemplo, citou a retirada da entrada dos seus smartphones como uma solução para diminuir o lixo eletrônico e, assim como outras fabricantes, adotou o uso único da entrada USB-C. Essa conexão serve tanto para carregar o celular quanto para conectar outros órios, como fones de ouvido.

A Apple foi a primeira a eliminar a entrada de fone no iPhone 7, e logo outras marcas seguiram o mesmo caminho. Hoje, celulares topo de linha, como o Galaxy S25 (Samsung), ou mesmo intermediários, como o Galaxy A55, já não trazem mais o conector P2 em favor dos fones Bluetooth e USB-C. Porém, para quem ainda prefere fones com fio, a solução é usar adaptadores USB-C para P2 ou optar por alguns dos poucos modelos que ainda mantêm essa entrada, caso do Moto G54, da Motorola.
6. Rádio FM
O rádio FM já foi um dos recursos mais usados em celulares básicos e intermediários, e permitia ouvir estações locais sem consumir Internet. Antigamente, era comum que os aparelhos viessem com aplicativos nativos para sintonizar rádios diretamente no celular. Na maioria dos casos, no entanto, o fone de ouvido era necessário para funcionar como antena.
Com a popularização dos serviços de streaming de música e podcasts, como Spotify, Deezer e YouTube Music, o rádio FM foi perdendo espaço. Além disso, muitas emissoras aram a oferecer transmissão ao vivo pela Internet, o que tornou o recurso embutido menos relevante. Hoje são poucos os modelos que ainda trazem e ao rádio FM, e alguns até vêm com o chip de rádio desativado por software. Este detalhe faz com que os usuários que ainda busquem essa funcionalidade tenham que recorrer a aplicativos externos.

Com a rápida evolução da tecnologia, é natural que alguns recursos deixem de ser usados e sejam substituídos por alternativas mais eficientes. O que antes era indispensável, como teclados físicos e botões de câmera, foi eliminado para dar espaço a designs mais modernos e funcionais. Essa tendência continua, e em alguns anos, é possível que até recursos comuns hoje, como carregadores com fio e cartões de memória, também acabem se tornando obsoletos.
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